Há algum tempo já tinha colocado como meta alguns livros sobre budismo e finalmente comecei a por em prática. Comecei pelo A sabedoria da transformação, livro escrito pela brasileira Monja Coen.
Torne-se as mãos sagradas e aja para o bem de todos os seres.
Muito mais do que dizer se Deus existe e de ditar regras de vida, o livro é um apanhado de histórias e aprendizados da monja, que vão muito além da religião, mas de viver sob a escolha de impactar pessoas para o bem.
Mas a realidade do mundo hoje é outra, e se apoiar apenas na ética religiosa já não é mais adequado. Acredito que chegou o tempo de encontrarmos um caminho para pensar sobre espiritualidade e ética que vá além de religião.
Suas reflexões, mesmo dentro do contexto da vida de uma monja, podem ser facilmente aplicadas na rotina comum de todos nós: na convivência com os amigos, familiares, namorados etc.
Não é um livro longo, mas nem de longe é um livro fácil (até por isso coloquei 4 estrelas, mais pela dificuldade do que pela qualidade). Demorei algumas semanas para ler e absorver todas as mensagens que ela quis transmitir e ainda acho que preciso ler mais algumas vezes para lembrar de tudo (não por acaso eu guardei tantas citações).
Se você quer conhecer um pouquinho sobre o budismo e ler sobre belas reflexões, o livro está mais do que recomendado (:
Mas nem sempre as pessoas são capazes de ouvir os conselhos. Muitas vezes, querem apenas uma absolvição, uma aprovação para suas escolhas.
Buda dizia que a mente humana deve ser mais temida que cobras venenosas e assaltantes vingadores. Temos de vigiar a nós mesmos para obter a verdade.
Céu e inferno estão em nós mesmos. Quando entramos no mundo do ódio, da raiva, do rancor, da vingança, do ciúme, do tédio, da preguiça, da ganância, da ignorância, penetramos o inferno. Perdemos a condição de apreciar a vida.
Grande parte das tradições religiosas criadas e mantidas por homens tem tratado as mulheres como perigosas ameaças a seus votos. No entanto, a ameaça não está nas mulheres, e sim na fraqueza dos votos.
Muitas vezes, iniciamos uma prática religiosa e queremos logo os resultados. Tudo o que surge com muita rapidez, da mesma forma desaparece.
A regra 34 de São Bento diz que é proibido reclamar. É proibido resmungar. Até mesmo o murmúrio correto é proibido. Quão sábio e verdadeiro. Perdemos grande parte da vida e da experiência da vida resmungando, reclamando, murmurando, querendo que fosse diferente. Deixamos de apreciar o que é, assim como é.
Educação é isso. Poder sensibilizar as pessoas para que seu comportamento mude.
Quem primeiro se arrepender e se desculpar é o mais forte.
Talvez você esperasse um livro diferente. Menos budista, mais autoajuda? Mais engajado socialmente? Budismo é engajado, budismo nos ajuda. Mas não apenas o budismo. Temos de perceber em cada tradição espiritual e também no ateísmo a maneira de viver com alegria e liberdade.
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Sabedoria da Transformação – Monja Coen
Páginas: 190
Nota: ★★★★☆